FIAT CRONOS 1.8 PRECISION ou VOLKSWAGEN VIRTUS 200 TSI HIGHLINE

Os SUVs  se apropriaram do termo "carro de família" nos últimos anos. Mas os sedãs ainda são queridinhos e mantém certa supremacia nas vendas. Em 2017, os modelos de três volumes somaram quase 480 mil emplacamentos, algo como 25,7% das vendas totais de automóveis e comerciais leves, superando SUVs e crossovers, que tiveram 22,3% de participação. Assim fica fácil entender porque o segmento terá tantas novidades em 2018como Fiat Cronos e Volkswagen Virtus .
Derivados dos hatches Argo Polo, os sedãs trazem a imagem premium, que mexe com o emocional. São compactos com um "algo mais" que os aproxima dos médios. Em conteúdo, trazem recursos que irão seduzir um monte de gente, sobretudo nas versões de topo que testamos: Virtus Highline 1.0 TSI (R$ 79.990) e Cronos Precision 1.8 (R$ 69.990). Há LEDs diurnos, partida do motor por botão, ar-condicionado digital, controles de estabilidade e tração, assistente de saída em rampas, tela multimídia, volante revestido de couro e muito mais. Descubra agora qual deles se deu melhor neste primeiro comparativo

Motor, câmbio e desempenho: VW Virtus

Para a nossa decepção, o Cronos não confirmou a superioridade que os números de potência e torque do motor 1.8 16V E.torq sugerem. São 139 cv de potência a 5.750 giros e um bom torque de 19,3 kgfm com etanol a 3.750 rotações. A energia é administrada pelo competente câmbio automático de seis marchas, com borboletas no volante para trocas manuais. A transmissão tem foco no conforto e só carece de um modo esporte. No zero a 100 km/h, o Cronos levou 11,4 segundos, ante os 10 segundos redondos do Virtus.
Nas retomadas, o Fiat novamente ficou para trás. No resgate de 60 km/h a 100 km/h, precisou de 6,2 segundos contra 5,5 segundos do Volks. Essa diferença mostra que o downsizing não só ajuda no consumo e emissões, mas é capaz de entregar rendimentos expressivos. Enquanto o Cronos traz o conhecido 1.8 E.torQ aspirado, o Virtus inova com o pequeno 1.0 turbo flex de três cilindros, dotado de injeção direta e comando duplo variável. São 128 cv e um belo torque de 20,4 kgfm com etanol, disponível logo a 2.000 rpm.
Até nas frenagens o Virtus levou a melhor. Foram apenas 24,5 metros para estancar vindo a 80 km/h, bem menos do que os 27,8 metros requeridos pelo Cronos. O uso de pneus pouco mais largos pode ter ajudado o Volks, no entanto, a maior parte do crédito vai para o fato do modelo ter freios a disco sólidos atrás, enquanto o Fiat se vale de tambores.
Itens de série: Fiat Cronos
Fiat e Volks lançam estratégias diferentes para seus novos sedãs. Há uma diferença nada pequena de R$ 10 mil entre os preços iniciais das versões de topo dos modelos. Enquanto o Cronos Prestige parte de R$ 69.990, o Virtus Highline começa em R$ 79.990. Isso naturalmente faz com que haja diferenças razoáveis entre os conteúdos. Por exemplo, o Virtus mais caro já sai de fábrica com airbags laterais, chave presencial com partida do motor por botão e ar-condicionado digital, itens cobrados à parte do rival.
Completíssimo, o Cronos salta a R$ 82.030, incluindo os itens citados que o Virtus traz como base. Seu trunfo na disputa é o sistema Start & Stop, que desliga o motor em paradas curtas e não é oferecido no arquirrival. Olhando apenas para as listas, o Cronos fica em vantagem no preço. Com todos os opcionais, incluindo a pintura metálica, o Virtus sobe a R$ 87.040, ficando R$ 5 mil mais caro. Mas vale dizer que o Volks inova na categoria ao oferecer quadro de instrumentos em tela digital e detector de fadiga.
Espaço: Empate
As dimensões avantajadas do Virtus o fazem parecer bem maior que o Cronos. São 2,65 metros de entre-eixos no Volks contra 2,52 metros no Fiat — 13 centímetros a mais. O sedã da marca alemã também é mais comprido, tem 4,48 metros ante 4,36 metros do Cronos. Mas quando observamos o espaço na cabine, o sedã do Argo parece oferecer espaço semelhante, com ligeira vantagem no vão para cabeças. Para completar, o Fiat tem um generoso porta-malas de 525 litros, que supera os 521 litros do Volks.
Conforto e estabilidade: Volkswagen Virtus
Embora briguem pelo mesmo público, Cronos e Virtus possuem ajustes bem distintos. Como de costume, o Fiat é mais macio e suave em movimento, característica notada tanto nas respostas do volante quanto da suspensão. O Virtus é mais durinho e firme o tempo todo, e o motor 1.0 tricilíndrico, apesar de bem isolado, vibra muito mais que o 1.8 Etorq. Contudo, ao volante, o Virtus se revela melhor assentado e mais engajante. Mas sua grande vantagem em relação ao Cronos são as duas saídas de ventilação para o banco traseiro.
Ergonomia e acabamento: Fiat Cronos
O Cronos pretende mostrar que a Fiat subiu de qualidade. Um dos pontos fortes do sedã é o design, com destaque para as lanternas elegantes que parecem inspiradas nos modelos da Alfa Romeo, em especial do hatch Giulietta. E se ficou bem resolvido por fora, o Cronos também capricha por dentro. A cabine tem visual descolado e é rica nos detalhes, como os anéis cromados nas saídas de ventilação e a bela moldura em cor diferente que divide o painel. O console central traz botões bem localizados e de simples operação, e a tela multimídia flutuante fica centralizada no alto e tem botões que tornam simples o manuseio.
No Virtus, o cenário é outro. O acabamento é certamente o ponto mais crítico do sedã. Os plásticos rígidos estão por todos os lados, com texturas modestas que deixam a cabine com padrão de Voyage. O painel tenta compensar a falta de requinte com molduras coloridas — em prata e preto piano nesta versão de topo Highline. Mas a verdade é que o cliente deste filão espera um pouco mais que isso. Sorte que a versão que aceleramos tinha todos os opcionais, incluindo a central multimídia mais sofisticada, com tela de oito polegadas.
Consumo: Volkswagen Virtus

Nosso primeiro contato com o Cronos foi limitado à pista de testes e não nos permitiu medir os consumos urbano e rodoviário do modelo. Mas os dados oficiais do Programa de Etiquetagem do Inmetro sinalizam vantagem para o Virtus. O sedã da Volks tem médias de 7,8 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada com etanol, e de 11,2 km/l e 14,6 km/l com gasolina, na mesma ordem. Já o Cronos faz 7,2 km/l e 9,6 km/l com etanol, e 10,3 km/l e 13,3 km/l com gasolina. A distância não chega a ser grosseira, mas comprova que a Volkswagen acertou em apostar em motores mais sofisticados e modernos.
Manutenção: Volkswagen Virtus
Virtus e Cronos têm custos muito parelhos nas três primeiras revisões (até os 30 mil km). A Volkswagen cobra R$ 1.215 ante os R$ 1.324 tabelados pela Fiat. Por outro lado, quando observadas as cestas de peças, a distância aumenta. Enquanto o Virtus tem um custo de R$ 3.643 para as peças consideradas básicas, o Cronos cobra R$ 3.568 — mas aqui tem uma pegadinha! A Fiat não informou o custo do farol direito (com LED) e do para-choques dianteiro (que tem acabamento em preto piano).
Ou seja, certamente o custo das peças do Cronos será maior que as do Virtus em uma eventual batida. Só a título de comparação, o Argo Precision 1.8 tem uma cesta de peças de R$ 6.413, enquanto a do Polo Highline TSI custa R$ 3.308. Em nossas avaliações, consideramos os valores das seguintes peças: para-choques dianteiro, farol dianteiro direito, retrovisor direito, lanterna direita, jogo de 4 amortecedores, jogo de pastilhas, filtro de ar motor, filtro do ar-condicionado, filtro de óleo e filtro de combustível.
Fiat Cronos Precision 1.8 flex AT6
Motor: Dianteiro, transversal, 4 cil. em linha, 1.8, 16V, comando simples, injeção eletrônica, flex
Cilindrada: 1.747 cm³
Potência(s): 139/135 cv a 5.750 rpm
Torque(s): 19,3/18,8 kgfm a 3.750 rpm
Câmbio: Automático de seis marchas, tração dianteira
Direção: Elétrica
Suspensão: Indep. McPherson (diant.) e eixo de torção (tras.)
Freios: Discos ventilados (diant.) e tambores (tras.)
Pneus e rodas: 195/55 R16
Comprimento: 4,36 m
Largura: 1,72 m
Altura: 1,51 m
Distância entre-eixos: 2,52 m
Tanque de combustível: 48 litros
Volume do porta-malas: 525 litros
Peso (ordem de marcha): 1.271 kg
VW Virtus Highline 200 TSI
Motor: Dianteiro, transversal, 3 cilindros em linha, 12 válvulas, injeção direta, comando duplo, turbo, flex
Cilindrada: 999 cm³
Potência(s): 128/115 cv a 5.500 rpm
Torque(s): 20,4 kgfm entre 2.000 e 3.500 rpm
Câmbio: Automático de seis marchas, tração dianteira
Direção: Elétrica
Suspensão: Indep. McPherson (diant.) e eixo de torção (tras.)
Freios: Discos ventilados (diant.) e discos sólidos (tras.)
Pneus e rodas: 205/50 R17
Comprimento: 4,48 m
Largura: 1,75 m
Altura: 1,46 m
Distância entre-eixos: 2,65 m
Tanque de combustível: 52 litros
Volume do porta-malas: 521 litros
Peso (ordem de marcha): 1.192 kg
fonte: revista auto esporte  VEJA MAIS





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